Com lutas desde a antiguidade para conquistar seus direitos e mostrar sua capacidade, as mulheres vem se evidenciando cada vez mais no mercado de trabalho. Desde 1970, quando foi instituído o Dia Internacional da Mulher, o dia 8 de março traz celebrações não só no dia como durante o mês, ampliando cada vez mais o significado em busca de respeito e igualdade de direitos. As melhorias nesse cenário combinadas com indicadores sociais evidenciam e deixam claro: o empreendedorismo é uma chave para que mais mulheres decidam sua própria história e desenvolvam carreiras sustentáveis, inspirando e ajudando as outras a também potencializar suas rendas, representando uma quebra de paradigmas quanto à capacidade de liderança das mulheres.
Dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), realizada pelo IBGE em 2020, mostram que cerca de 9,3 milhões de mulheres estão à frente de negócios no Brasil e que em 2018 elas já eram 34% dos “donos de negócio”. O GEM (Global Entrepreneurship Monitor), que é a principal pesquisa sobre empreendedorismo no mundo, com dados de 49 países, mostrou, em sua última edição (2018), que o Brasil ficou em sétimo lugar no ranking de proporção de mulheres à frente de empreendimentos iniciais (menos de 42 meses de existência). No mesmo caminho, o Relatório Especial de Empreendedorismo Feminino no Brasil, divulgado pelo Sebrae no ano passado, aponta que 48% dos MEIs (Microempreendedores Individuais) são mulheres. Embora elas apresentem 52% da população brasileira, só ocupam posições de destaque em 13% das 500 maiores empresas do país e essa realidade precisa ser mudada.
A Diretora Superintendente da Bonfanti – empresa centenária com duas unidades fabris e uma fundição de ferro e aço, com cerca de 300 colaboradores e com 7.000 equipamentos de cerâmica em funcionamento no Brasil, América do Sul e África -, Roseana Michielin Bonfanti Simioni, explica como é trabalhar em um setor dominado por homens. “Acredito no trabalho em equipe, compartilhado. É certo que temos poucas mulheres ainda em posições de alto comando, mas quando se tem preparo, foco e bons propósitos, conquistamos a cooperação de todos. Por mais dificuldades que possamos encontrar, tendo um claro e bom propósito seremos entendidas e alcançaremos nossos objetivos. Trabalho com dedicação, seriedade e honestidade, dá certo”.
Sobre os movimentos de empoderamento feminino, Roseana avalia a sua importância e é otimista, ao acreditar que a sociedade está mudando. “São movimentos importantes, que chamam a atenção para o potencial que as mulheres têm. Na medida em que vemos mulheres se destacando em áreas que antes eram completamente dominadas pelos homens, nós nos fortalecemos. Lembrando que já tivemos Maria Silvia Marques (economista) no comando do BNDES, Luiza Trajano no Magazine Luiza, Cristina Junqueira cofundadora do NuBank e Tania Cosentino presidente da Microsoft Brasil. São conquistas grandes, de profissionais de mercado, que demonstram o potencial das mulheres. Mas, se olharmos para o nosso setor, veremos quantas mulheres ceramistas começam a se destacar. Veja a crescente presença delas nos congressos e feiras promovidos pela própria Anicer”. (Matéria completa: https://revista.anicer.com.br/elas-poem-a-mao-na-massa/)
As mulheres estão cada vez mais fazendo a diferença no mundo, através da criação de negócios de impacto social e econômico. Sabemos que a jornada do empreendedorismo feminino está repleta de desafios, mas tudo isso demonstra que somos capazes de chegar muito além de estatísticas.